"Não digas palavrões: é feio." Feio?… feio sou eu! que mesmo quando bato no peito me vanglorio de ter batido no peito e quando cito me vanglorio de ter lido, num pedantismo nojento que causa náusea até ao filho… da mãe do diabo… e porque não filho da puta?…
…"porque é uma asneira, e isso é feio." Mas feia não é a mona lisa com um bigode pintado (e aqui vai o Duchamp et la madame qui "a chaud au cul"). Feio não é isto tudo por ser absurdo (mais um exemplo de um boi, UM BURRO, UM ANIMAL, - "animal não se predica de homem", diz o HOMEM no Organon, mas aplica-se em mim como metáfora - a tentar resumir um Schopenhauer).
Mas não serei eu o Feio que mesmo ao escrever esta merda está a pensar que é capaz e de repente ao ler quem sabe escrever deseja apagar tudo o que escreveu porque tais borrões nunca deveriam ser lidos?
Não sou feio depois de escrever esta porcaria e depois de dizer tudo isto quando carrego no botão publicar?
Feio, quando escrevo estas linhas e digo: "não serei feio mas ridículo, o mais ridículo dos príncipes", e nesta passagem tento fazer notar que já li umas coisas que Pessoa escreveu.
E que serei, se não ridículo, quando tento escrever sinceramente, numa sinceridade fingida tentando imitar aquele que jazeu, Luiz Pacheco, esse sim sincero, esse sim humano, que faz tremer e comove mesmo quando conta a merda que fez e aquilo que sofreu por causa disso?
Parece que ninguém escreveu tudo, eu é que só sei dizer, com fealdade, o que os outros já disseram.
Merda para mim, que até a confessar-me sou feio: "padre pequei, forniquei!... e o Padre não…" (ou pelo menos não se gaba aqui disso…)
Foda-se como sou feio…
2 comentários:
Está bem, rapaz
Desarmaste-me no momento em que eu tentava a expressão maior da minha ilogicidade... lol
Não se faz... :)
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