terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Se quando for grande...

...editar um jornal erótico de referência devo chamar-lhe Púbico ou (im)Pudico?

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Discurso sobre o filho da puta

"o pequeno filho-da-puta
é sempre
um pequeno filho-da-puta;
mas não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza
diz o pequeno filho-da-puta
no entanto, há
filhos-da-puta
que nascem grandes
e
filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o pequeno filho-da-puta.
o pequeno
filho-da-puta
tem uma pequena
visão das coisas
e
mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno filho-da-puta
no entanto,
o pequeno filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o pequeno filho-da-puta
todos
os grandes filhos-da-puta
são reproduções em
ponto pequeno
do pequeno filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
dentro do
pequeno filho-da-puta
estão em idéia
todos os
grandes filhos-da-puta
diz o pequeno filho-da-puta.
tudo o que é mau
para o pequeno
é mau
para o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o pequeno filho-da-puta.
é o pequeno
filho-da-puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
o pequeno filho-da-puta vê
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:
o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja, o pequeno filho-da-puta."

De Alberto Pimenta

domingo, 28 de dezembro de 2008

Alea icta est


Todos nós evocamos a  atitude de César ao atravessar o Rubicão confiando-se à fortuna e ás suas capacidades. Lembramo-lo frequentemente quando caminhamos para um futuro relativamente incerto. Nos momentos em que estamos conscientes de que o passo que vamos dar é decisivo nas nossas vidas!

A sorte ou "os dados" foram lançados quando nascemos mas é nos momentos em que as apostas sobem que temos a consciência que estamos a jogar a sério. É nessas alturas que sentimos o rodar da roda que a canção de Beuern tão bem descreve.

No meio disto vamos pensando como o "sábio" Pangloss: "Todos os acontecimentos estão encadeados e tudo vai bem no melhor dos mundos". Se calhar é verdade mas, como responde Cândido: " (…) é preciso cultivar a nossa quintinha".

 

Novo álbum para breve



Fiquem com esta enquanto não sai o novo álbum!

sábado, 27 de dezembro de 2008

Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra



Life it’s a candy
With a red hot chilli papper
Filling inside

Life! Are you ready
You’ll be a butterfly in the ultimat fight


Life treats you gently like 
Virgin Mary
But then strikes back
Like Chriss Eubank

Life 
It is full of surprise
Crossroad to hell 
or papadise

But little did I know
Mr. Preacher man
What real life could do
And shit could hit the fan
Life is beyond peace and war 
Destiny and God
I remember that time

When Life was a miracle
As if Zidane played for Liverpool

Life is a buisness
Risky and confused
God gave you a deal
That you cannot refuse

Life is a Terrorism 
Globalisam Optimism
Give peace a chance
Give war romance

But little did I know
Mr. Preacher man
What real life could do
And shit could hit the fan
Life is beyond peace and war 
Destiny and God
I remember that time

When Life was a miracle
And pigs might fly that was credible

But little did I know
Mr. Preacher man
What real life could do
And shit could hit the fan
Life is beyond peace and war 
Destiny and God
I remember that time

When Life was a miracle


sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Natus est...

... novus bloguem! Já não era sem tempo. Alguém (...1) decidiu começar um blogue... E no Natal! Está aqui a hiperligação. O parto foi difícil mas a criança está muito boa de saúde!

(...1) - Censurado

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal

Fra Fillipo Lippi

É só para desejar um bom Natal, com aquilo que vós quiserdes (dentro do legalmente possível)...


Especialmente para Aqueles que de forma Hercúlea me aturam ou aturaram ficam aqui os mui sinceros votos de um Feliz Natal e de que os 365 dias a seguir sejam melhores do que esse.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Ao ver o benfica lembrei-me disto:

I will Quique your flowers and destroy it!!!

sábado, 20 de dezembro de 2008

De volta ao "Reino Maravilhoso"

Já estava a precisar...
"O frio é bom para curar os presuntos..."
(Foto retirada daqui).
PS: esta imagem não é da aldeia mas de uma ruela dentro do castelo de Bragança. Onde também já fui feliz... :)Por motivos de ordem técnica não postei fotos da aldeia, fica para outro dia.
Entrevista aos Cómicos de Garagem. O Blog está aqui.

Composição

Ao que parece os vídeos do sapo não estão a funcionar muito bem... Troquei-os mas só quando havia noutros lados. Troquei mais mas não me lembro onde estão...

Da Prova

Se há um tema em que os Juízes e os Médicos são chatos ele é o da prova... Ambos gostam de declarar proibida alguma prova. Os primeiros ao abrigo dos Códigos de Processo os segundos ao abrigo das doenças, do colesterol...
O meu médico ontem disse-me "carne de vaca, nem prová-la".

Arcebispo da Cantuária



aqui mais.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Nem tudo o que se afigura claro aos nossos olhos é (ou: eu a ler um conto para crianças).

"But isn’t everything here green?" asked Dorothy.

"No more than in any other city", replied Oz; "but when you wear green spectacles, why of course everything you see looks green to you."

In: L. Frank Baum’s The Wonderful Wizard of Oz

domingo, 14 de dezembro de 2008

As coisas que se aprendem (trânsito ou expedição; marítimo)

O transitário não está submetido ao regime do Código da Estrada... :)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Aqui está uma coisa ...

... que muita gente dirá após consultar um Jurista.

"No can do this!
No can do that!
What the hell can you do, my friend?
In this place that you call your town "

Um Grande Mestre...

... disse hoje qualquer coisa deste tipo:
"Qualquer interpretação tem implícita uma interpretação possível e contrária. Esta operação mental pode ser feita por nós ou por outros que nos escutem. O segredo para uma boa interpretação é permitir e aceitar todas as interpretações discrepantes e harmonizá-las... O segredo está na harmonia."

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Que foi feito da tua fé?

Esta pergunta deixou-me a pensar! Qual foi o motivo pelo qual eu passei de Cristão/Católico fervoroso a agnóstico?

Se calhar, em tempos idos, ainda não tinha atingido o estágio das operações formais de que Piaget falava. Se calhar ainda não tinha percebido o porquê de perguntar porquê.

Contudo já havia certos aspectos da religião que me eram estranhos. Já me fazia confusão, verbi gratia, a interpretação de certos actos litúrgicos e o porquê da evolução dessa interpretação. Afinal era um símbolo ou havia mesmo transubstanciação das espécies no Corpo e Sangue de Cristo?

Porquê água e não vodka? Nunca percebi qual a fixação na forma e um certo abandono do material, do que realmente importa. Afinal de contas não são as escrituras um verdadeiro “imperativo categórico” na acepção kantiana do termo?

A hipocrisia também me perturbava mas o meu problema sempre foi mais abstracto e, talvez, mais profundo. Com a caça aos cheques a minha fé podia bem.
Desde cedo percebi que a lógica da Igreja (pelo menos na minha zona) era diferente da lógica da responsabilidade do comitente pelos actos do comissário (ao abrigo de uma relação de comissão). Se o padre é mau a responsabilidade é dele, se é bom é porque foi bem orientado pela Santa Madre.

Se calhar, o mais certo, é que eu, naquele tempo, estava mais preocupado em não ser apanhado a sair à noite sem autorização ou a ver cassetes VHS gravadas com conteúdos da Playboy TV. E em destruir as ditas cassetes, de modo a que, perante o tribunal reitoral, fosse palavra contra palavra e a presunção de inocência imperasse.Devo ter-me esquecido que Naquele Lugar o auto de notícia (que nunca foi elaborado) decorrente do flagrante delito tinha mais valor do que no processo penal. (Se quem me fez a pergunta ler isto vai, com certeza, recordar o episódio:)).

Talvez sempre tivesse sabido que “não queria ir por aí”!

Se calhar ainda não li os autores certos ou, se os li, eles ainda não me convenceram. Não digo que não goste de ler Autores católicos como v. g. São Tomás e Santo Agostinho, já que falamos disso, gosto muito do segundo. Quando Aurélio Agostinho fala do tempo e o porquê de devermos seguir a palavra de Deus fá-lo com uma clareza na argumentação que fez com que eu já tivesse lido as “Confissões” e o “Diálogo sobre o livre arbítrio” umas 7 vezes. Mas Ele claudica pela base.

A metafísica e os grandes sistemas filosóficos estão, infelizmente, em declínio. Após os argumentos de Hume, Kant, Nietzsche e Heidegger a crença em algo imutável é, para mim, um pouco difícil. Depois de Nicolau de Cusa e Popper a coisa ficou mesmo impossível. Já não me lembro de quem me aproximou, mas foi sol de pouca dura. Se calhar também foi a esperança na possibilidade da originalidade que me faz ler os clássicos.

E eu que me recuso a ser um cristão herói à semelhança de Unamuno (se bem que por vezes até seja)!

Se calhar já não temos o vigor e a veemência que caracteriza os fundadores. Se calhar ainda bem, esse vigor é, não raras vezes, criador de mártires e, pior, de homicidas.

Mas também já vos falta a base racional, o "conhecimento" ou pelo menos a filosofia do mundo hodierno desconstruiram essa "razão". Qui est veritas afinal?

Qualquer dia tento Karl Rahner, a ver se me convence.

Até lá continuo desnorteado (num bom sentido, de quem não conhece a "verdade" nem pensa vir a conhecê-"la", porque o finito, como escreveu o Bispo de Cusa, não pode conhecer o infinito por serem diferentes), relativista e liberal no sentido milliano do conceito.
Tento ser Homem, perceber, saber e sentir o que é isso.

Obrigado pela pergunta.
Deixei aqui um contributo mui...

Eu...

...jurei para mim que não punha aqui mais vídeos do Aleixo na Escola (nem dos Korn, dos Rammstein e dos Gogol Bordello) mas este está brutal...
Que profissão quer seguir o Bruninho? Será que quer ser jurista? Com a Universidade lá perto não seria para admirar... ou seria?

A propósito, adicionei o "Canal CENA" e o "Programa do Aleixo" ás leituras.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Gogol Bordello II

Estou sobremaneira lixado porque se acabaram os bilhetes para a plateia e assim vou ter de ir sozinho para outro sítio. Aqui fica outra música:




"Forces Of Victory"

My dear good friend
Let's not forget
That we can take down Pinotchet
Against us any gang of four
Will be on the floor

When I was younger I thought
Someday that we will win
And in another country
I will find my twin
Spread good music and good poetry
Joining forces of the victory

Down in the hallways of unknown
Where we walk alone
Inside of hospitals and morgue
Clinical loneliness backs off...
If you'll remember those before
and the ones that yet to come
then above suffer of it all
Triumphs the union of souls
With only one thing on its mind
I can't go on, I will go on!
With only one thing on it's mind
I can't go on I will go on
I can't go on I will go on...

domingo, 7 de dezembro de 2008

Frete...

...é aquilo que se faz quando se está a ouvir secas sobre o fretamento e a venda maritima... :)

Nietzsche...

...conseguiu que deixássemos de ser camelos e após nos transformarmos em leões nos tornássemos crianças. Mas agora somos uns putos chorões e desorientados... (Volto a repetir que não estou contra o senhor).

sábado, 6 de dezembro de 2008

Gogol Bordello

A minha mais recente descoberta. Apesar de gostar mais deste vídeo, este "Ultimate" vem mais a calhar para agora...

If we are here not to do

What you and I wanna do

And go forever crazy with it

Why the hell are we even here?

[chorus]

There was never any good old days

They are today, they are tomorrow

It's a stupid thing we say

Cursing tomorrow with sorrow

When we stand here in a row

Looking like a bunch of heroes

I know that-a deep inside

Nothing more but bunch of zeros

Skolko utetchki tepla

Vot takaja vot subda

Nam segodnja suzdena

A bti mezget chto kogda da-j povezet!

[chorus]

Steppin' on the trail of Ultimate

I would never choose to die

So give me the rest of all the secrets

Give me new culture of life

Ultimate!

Ultimate!

Ultimate!

Ultimate!

Pois...

...e os senhores do cão que ainda não se calaram!!!

Deus e o Direito III

Com o empirismo de Hume e a filosofia crítica de Kant, Nietzsche e Heidegger criam-se as bases para deixar de acreditar num direito natural, “do ser não podemos retirar um dever ser” acaba-se a “falácia naturalística” de que o homem está vinculado a uma lei eterna.

Também não nos velem as teorias que fundam o Direito não em Deus (Deus, para além do problema da sua existência, não pode fundamentar o direito num estado laico) ou num Direito Natural mas numa espécie de media via, num tertium genus, que seriam a história e a cultura (A. Kaufman) porque estas não contêm qualquer valor normativo, são apenas ser (Castanheira Neves). Em última análise podem ser modificadas no futuro como almejava Marx.

Mas será que a história e a cultura não têm uma palavra a dizer sobre os fundamentos do Direito? Elas condicionam necessariamente o agir humano e o seu pensar (v. g. através do hábito e não tanto como do costume). Para além disso é a elas que o homem vai buscar um certo cosmos (para referir a expressão de Ortega y Gasset se bem que descontextualizada), qualquer ideia que contrarie o sentimento geral não é, normalmente, aceite. Este sentimento geral também é normativo.

No entanto não pode ser princípio primeiro para o direito… tem de ser matizado principalmente pelo princípio da liberdade, principalmente num tempo e num lugar em que o estado em nome da segurança e o bem-estar nos quer ditar todos os passos e os jornais, em nome do produto que vendem, deformam essa consciência e a embrutecem.

Bem, depois daquilo que disse, eu sei que também é difícil de fundamentar porque é que a “vontade do povo” está embrutecida…

Se…

…o cão que está lá fora, a ouvir os reptos insistentes dos donos que lhe dizem: “faz cocó”, falasse, porventura dir-lhes-ia: “porquê se não tenho vontade, estão assim com tanta fome?”

Se as pessoas acreditam que cães não falam e também não percebem (excepto poucas coisas talvez), então porque é que estes gajos estão aqui fora à 25 minutos (bem contados) com este paleio…

Se estiver escrito em "portunhol" a culpa é minha porque não sei copiar

"Los excesos de la ciencia y la tecnología en su aplicación sín restricciones a la naturaleza y a la vida, la destrucción del medio ambiente y de la moral social, las desigualdades entre países ricos y pobres, las guerras de extreminio parecen demandar el retorno a una conciencia humanista que los clásicos saben, mejor que otros, propiciar."
Manuel Garrido, Leer a los clássicos

Há quem fique taciturno com coisas mais palpáveis…

Percebi com “San Manuel Bueno, Mártir” as ideias de Unamuno. O homem que é cristão para que os outros mantenham a Vida mas que, no entanto, não acredita se não na Morte…

O Herói Mártir apenas espera a morte! Nada mais há na sua actuação e no seu querer estar ocupado que não seja a tentativa de fuga ao sentimento trágico da vida. Este é o sentimento do Homem que tem a noção de que segue inexoravelmente o caminho para uma morte definitiva, sem Céu nem Inferno.

A Filosofia Moderna e a Ciência podem não nos ter trazido a verdade (aliás até no-la negaram) mas trouxeram-nos o Caos…
(Não estou contra estas ideias mas elas estão a convencer-me e eu estou encaixá-las, ou se calhar, a querer fugir delas).

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Enquanto acabo de fazer uns trabalhos, de ler o Ortega...

... e arranjo paciência para escrever aqui qualquer coisa decente deixo ficar isto:




Isto:



E isto:



(A segunda parte)

domingo, 30 de novembro de 2008

O Puto faz-se


Há mais aqui! Ah, e o programa, para quem não sabe, está aqui. Já agora, para acabar... quase.. o canal do Youtube que tem umas cenas porreiras desse marmanjo é este... e este... Mas o segundo, repete alguns vídeos do primeiro! 

Há, no segundo canal, há uns putos burros que puseram umas imitações rasca dos conselhos do Aleixo... Também está lá um dizer que diz que nesse vídeo uma moça dos morangos fode. Eu até  acredito que foda mas é não naquele video... Eu só o vi para pôr uma "bandeira" que cá p'ra mim não quero que o youtube tenha pornografia, aquilo é um site decente... A sério, é verdade, eu so cria denunciar uma infração, não queria ver... Não, só queria denunciar... ;)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Para…

… alguns juristas, como por exemplo Germano Marques da Silva, ser defendido por um advogado estagiário é como ir à faculdade de medicina dentária tratar os dentes.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Acabei de descobrir a pólvora

Enquanto estudo não tenho tempo para escrever e enquanto escrevo não consigo estudar...

Hoje sei...

... porque é que Kafka gostava do processo...

Era porque não precisava de determinar a competência dos tribunais de ver a LOFTJ e o regulamento da mesma.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Problemas de um moço que chega sempre atrasado.

O professor Desidério Murcho, escreveu uma crónica no Público Sobre a Liberdade para Insultar (que pode ser consultada aqui). Não concordo com essa visão da liberdade de expressão e deixei este comentário (que teria sido premiado se tivesse sido escrito a horas decentes - já pareço Um que eu cá sei) aqui:

"O insulto tomado como princípio absoluto não é forma de exercer a liberdade, ao contrário do que diz no artigo do Público para o qual faz uma hiperligação. De facto tem razão ao mostrar que este é fruto do exercício de uma liberdade, maxime da liberdade de expressão (e que por vezes até pode ser construtivo), contudo, assim como qualquer outra liberdade, absolutizada leva à maior das tiranias. Aquele que insulta é realmente livre para demonstrar ao outro que fez uma asneira, contudo o insulto não produz só efeitos na "auto-estima" do insultado mas também produz efeitos exteriores como por exemplo a possibilidade de este cair em descrédito ao pé dos outros elementos da sociedade em que se insere.

Uma sociedade onde a permissão do insulto fosse absoluta tornar-se-ia numa espécie de estado de natureza em que aquele que insultasse com mais espírito, primeiro ou com mais voz (i. e. através de instrumentos de comunicação de massas) de forma a derrotar completamente o oponente exercesse a sua liberdade em detrimento da liberdade dos demais, dos menos inventivos dos mais atrasados ou daqueles com menos “poder de encaixe".

A questão que fica é: Até onde posso então insultar? Aí penso que Stuart Mill dá uma boa resposta: Posso insultar até à liberdade do outro, não lhe podendo nunca causar um dano."

Numa resposta, que devo confessar que me encheu o ego (e me deixou em posição de poder ser insultado), o Prof. Desidério Murcho disse que:

"Não concordo porque no conceito de dano é que está o busílis, e o que eu defendo, e isto é perfeitamente milliano, é que insultar nunca provoca dano."

Gostaria de deixar aqui a réplica sabendo à partida que dificilmente terei uma tréplica e que, como diz Popper, há muitos casos em que as pessoas situadas em diferentes contextos dificilmente se entenderão ou cederão nas suas ideias mas a conversa e a partilha de ideias será sempre enriquecedora (neste caso para mim).

Há um outro problema nas ideias ou princípios absolutizados que é a possibilidade desses princípios poderem estar errados (ideia também provinda de Mill). Quando se defende a total liberdade de insultar porque daí não advirão danos esquecemo-nos que existem outros bens que devem ser também protegidos e que serão esmagados por essa liberdade.

Outro argumento contra essa liberdade absoluta também decorrente deste princípio de ignorância é o seguinte:

Quando alguém insulta outrem, fá-lo com base em costumes, ideias ou preconceitos que poderão estar certos ou errados mas que poderão impressionar o outro, não pela sua razão mas pela violência (a tal violência que Schopenhauer atribui ao argumento "ad hominem") com que são expostos ou por estarem na moda, podendo impedi-lo de ter outras ideias ou tomar outras posições.
Há, por parte do "insultante", a exploração de um "defeito" do insultado. Ora como ninguém é infalível (excepto o legislador e o Papa - sendo que o primeiro apenas se presume:)) o que é que permite a alguém lançar impropérios contra outrem sabendo que pode lesar o seu bom-nome?

Para além disso, teremos, em última análise, este problema (tratado v. g. por Menezes Cordeiro): à liberdade de expressão contrapõem-se normalmente os direitos à honra, ao bom-nome e o direito ao livre desenvolvimento da personalidade. Não deixará ela de cumprir a sua função quando, injustificadamente (e não apenas falsamente), invade a vida das pessoas e lhes prejudica desproporcionalmente, comparando com o benefício que a comunidade tem com a informação, a sua vida quotidiana?

domingo, 9 de novembro de 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Andaba há um tempo à busca disto

Obama

Receitas Infalíveis

Há sempre pessoas que têm solução para tudo e eu sou uma delas…

Vou por isso dar a minha receita para o crescimento económico e para o bem-estar dos Portugueses:

Criar um robô que faça tudo, inclusive ir buscar mines ao frigorífico (se quiserem que faça mesmo tudo convém que o criem com uma boa aparência)

Ensinar as pessoas a trabalhar com ele e a arranjá-lo

Pô-lo a trabalhar nos campos, em fábricas e em casa…

Aqui está a chave infalível para o crescimento do bem-estar.


 

Para corrigir esta teoria tenho outra que conjugada com ela a acerta:

200 g. de farinha

450 dl. de leite

3 Ovos

1 colher de sopa de Margarina

Sal e açúcar qb

Gelado, molho de chocolate, geleia… para acompanhar

Isto tudo misturado na ordem certa dá crepes, muito bom quando não há mais nada na dispensa…


 

 

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Do reboque (Marítimo ou Urbanismo?)

Se não houver perigo há reboque, se houver ou há demolição ou se reforçam os pilares…

Ele Voltou

A final foi perseguido por um ninjer e teve de se fingir de morto... ou não?
Bruno Aleixo voltou e emite do Brasil, qual Marcello Caetano no exílio...

As mensagens que deixo pra você:



Este lugar foi actualizado e tem mais vídeos...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

As nacionalizações na Constituição de 1976 (1)

O conceito de nacionalização apresentado pela CRP 76 não se reconduz a nenhum destes conceitos (Alemão, Francês ou Italiano, uns mais latos outros mais estritos) uma vez que, a nível de regime, se distancia destes conceitos.

A nacionalização pode ser vista de dois modos ao ler o regime da CRP 76.

Primeiro, afirmar que se utiliza o conceito de nacionalização sem qualquer rigor técnico, não fazendo qualquer distinção entre a nacionalização e outros modos de ablação estadual de direitos reais como a expropriação.

Pelo contrário, podemos afirmar que existe um conceito de nacionalização que contém a ablação do direito de propriedade sobre os meios de produção industriais, que se distingue do conceito de expropriação latu sensu, pelo tipo de meios de produção que abrange, i. e. enquanto as nacionalizações se referem à industria as expropriações se reconduzem à agricultura. É esta a posição acolhida. Existe também, na CRP 76 um conceito de expropriação em sentido restrito, que contém o conceito de expropriação por utilidade pública.

Na nacionalização, assim como na expropriação latu sensu a CRP não previa pagamento de justa indemnização (mas previa mna expropriação por utilidade pública). Apesar disso, o legislador desde cedo fixou a necessidade de uma indemnização efectiva através a lei 80/77. Os tribunais administrativos aceitaram até tarde a teoria da indemnização simbólica tributária da ideia das nacionalizações como sanção contra os capitalistas.

Após 1986 passou a exigir-se justa indemnização e as nacionalizações deixaram de ser irrevogáveis.


 

(1) - Este texto foi retirado de um trabalho apresentado na FDL.

domingo, 2 de novembro de 2008

Nobel da Economia

Retirado daqui.

A melhor música…

…Comentada

E o Super-Homem…

…tem direito a salário de salvação. (Dir. Marítimo)

Korn - Word up

Algumas coisas que me lembro sobre Fernão de Magalhães


Foi aquele grande Navegador Português que quis fazer uma viagem de circum-navegação (e que é conhecido por isso, por ter sido o primeiro europeu no Pacifico…) que teve de ir pedir ao Rei de Espanha para lhe financiar a viagem…



Já agora aqui fica o Mapa da viagem do Navegador (que se diz que usou a viagem para poder atingir territórios para os Espanhóis nas águas não reservadas a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas). Nunca gostei muito desta figura.



Sócrates compete com os Gato Fedorento

Podem ler-se aqui as declarações mais apatetadas que alguém com responsabilidades governativas pode proferir. Se calhar o nosso primeiro-ministro quer dedicar-se ao humor assim como Nero se dedicou à arte. O discurso é hilariante.

Marítimo

As coisas que se aprendem…

Afinal a arribada não é o acto de levantar um copo cheio de um líquido (normalmente com algum grau de álcool). Também descobri que o facto de poder ser voluntária ou forçada, não depende daqueles que estão a ver o acto façam com que ele se desencadeie ou o incentivem através de músicas normalmente parolas…

A actualidade da notícia, o rigor…

Foi descoberto hoje pela TVI que afinal o Magalhães não era criação nacional e já existia com o nome de "Classemate pc"…

Vejam lá, ninguém sabia!!!

sábado, 1 de novembro de 2008

Fables

Esta pequenina história vem em resposta a algo que se escreveu aqui.

Não responde directamente ao postal mas, para responder a isso, apenas basta dizer que o problema da moeda (enquanto instrumento geral de trocas) é o facto de estar sujeita a algumas vicissitudes como v. g. a desvalorização (inflação) ou ainda a possibilidade de não ser reconhecida ou perder o curso legal ( quanto a isto mais não digo, aquele ponto de interrogação no título fez com que a minha veemência abrandasse).

    Bom, se eu fosse um Esopo ou mesmo um Jean de la Fontaine esta história sairia por ventura melhor, como não sou governar-nos-emos com o que temos.

    Havia há muito tempo um homem que tinha um burro para o ajudar nos trabalhos. Um belo dia disse ao burro: "- És uma criatura mesmo estúpida, deram-te bem o nome… carregas tudo às costas e comes pouquíssimo porque eu não te dou mais e ainda por cima dou-te de má qualidade. E tu continuas a trabalhar mais do que eu!"

    O Burro ouviu o dono e pensou: "-Realmente ainda não tinha reparado nisso mas ainda bem que mo dizes… a partir de agora carrega tu as coisas e anda a pé que tens boas pernas."

    Passado algum tempo, com o burro a trabalhar cada vez menos o dono começou a tratar melhor dele para que ele fosse mais produtivo. Mas como ele não percebesse, todas as coisas boas que o dono fazia para apenas serviam para aumentar a sua desconfiança entendendo ele que essas coisas eram más.

    Como diria Esopo: Ό
λογός δελόι οτι (a Fábula mostra que): Não devemos gozar com os burros apenas para gabar a nossa esperteza e humilhá-los na sua imbecilidade porque eles podem perceber e, como são burros, irão reagir de forma excessiva desconfiando de tudo quanto nós fizermos porque não percebem, por serem burros, a bondade das nossas intenções.

    Não estou a tentar ser má pessoa, porque o sou, apenas estou a tentar com isto alertar para o facto de as pessoas poderem sentir-se magoadas com algumas afirmações que advenham de alguma escrita menos ponderada…

domingo, 26 de outubro de 2008

Das Rendas

Tinha um monopólio nos têxteis e por isso recebia rendas de bilros.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Bela Frase...

"Há pessoas que se forem compradas pelo preço que valem e vendidas pelo preço que dizem que valem davam um lucro brutal ao vendedor."

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Ocupando o tempo.

Uns dias sou diletante, noutros sou estulto e não raras vezes néscio. Nos poucos dias em que me sinto inspirado entretenho-me a discorrer sobre coisas que foram de tal modo debatidas que no momento em que as penso já não interessam a ninguém.

domingo, 28 de setembro de 2008

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Deus e o Direito II

Esta ideia de deus, figura de suprema justiça, legitimar o direito, parece, contudo ser contrariada na antiguidade clássica nomeadamente na Grécia. Apesar de, infelizmente, não ter tido acesso ao texto original grego (e mesmo que tivesse o meu grego já vai longe e a minha filologia é miserável), Ésquilo no Prometeu Agrilhoado dá-nos uma percepção interessante, que pode ser explorada, e que de certa forma nos leva a reinterpretar a posição de certos autores, como Sebastião Cruz, que identificam a justiça e o direito com os deuses, como sendo duas faces da mesma moeda.

Durante o diálogo com as Oceânides e com o Oceano, Prometeu demonstra a injustiça de Zeus (Ζηώς) e, ao mesmo tempo, diz que o direito está do lado do Crónida. De facto a deusa da justiça, na Grécia era Diké (Δική) sendo que também a Moira (destino, que corresponde às 3 Parcas Latinas) não estava (digo isto apesar de a questão ser debatida entre os helenistas) submetida à ordem de Ζηώς. Este deus tornar-se-á justo ao longo do tempo ("um soberano novo é sempre tirano"), à medida que vai sendo experiente e ganha prudência, vai sendo ensinado pela dor e, parece-me, que se vai tornando justo através da capacidade para equilibrar as dores que os outros sofrem pelo facto de já as conhecer. Isto não acontece em Roma, jus terá origem em Júpiter que parece controlar as Parcas.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Deus e o Direito

Porque é que hoje se fala cada vez mais na legitimidade do Direito?

Quando Suárez perguntava se era lícito a um mandar em muitos, tinha a resposta afirmativa facilitada, porque o direito era fundado no "direito natural", que por sua vez fazia parte da "lei eterna" difundida nos homens através da lei divina…

Começando pelo princípio, com muita simplicidade e com alguma falta de estudo porque ainda queria estudar melhor umas questões.

O direito Romano era fundado nos mores maiorum isto é "numa tradição de comprovada moralidade" (Sebastião Cruz). Toda a legitimidade do fas e do jus fundam-se na religião. Quando a religião do império é substituída, a legitimidade do direito continua a ser a religião, desta vez a Católica, que na sua origem, para evitar o colapso do Império e as dissensões desta, vem absorver muito da tradição das antigas crenças, mesmo das pertencentes aos povos do latium.

Esta construção religiosa tem, na minha modesta opinião, três vantagens: Fornece uma base de legitimidade forte ao Direito; provê o Direito de uma base histórico-cultural para o seu aperfeiçoamento; e, por fim, estabelecia, embora nem sempre, um limite ao Poder Politico.

O jus legitimava o rex e o rex dava vis ao ius.

A laicização do Estado e, principalmente, o abandono de cosmogonias teístas, vem fazer com que a questão da legitimidade do Direito se coloque com mais premência. Se o Direito não vem de Deus vem final de onde? Devemos obedecer ao Direito?

Alguns, dirão que não (socialistas utópicos e Anarquistas). Contudo o direito surge com a sociedade e o anarquismo é impossível daí o famoso brocardo ubi societas, ibi jus donde se pode também retirar ubi jus ibi societas. A vida em sociedade deve, portanto pautar-se pelo direito.

O direito, enquanto ser, autónomo não deve ser influenciado pelo dever ser, que não pode ser retirado do ser. Por isso, qualquer introdução de elementos da moral dentro da ordem jurídica. Estamos assim livres de toda a metafísica.

Há Direito sempre que se siga um procedimento válido, independentemente do regime político. O direito é, independentemente da sua legitimidade.

Abrimos as portas ao positivismo (Kelsen, Hart, Max Weber…), que não consegue ver que o direito não pode nunca ser moralmente neutro porque tem de ser interpretado numa época em que vigoram deveres morais e protegê-los. Como a mesma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo, o Positivismo não pode, sob pena de violar o princípio, de lógica formal, da não contradição, conviver com a sua suposta neutralidade e ao mesmo tempo defender uma ordem impregnada de metafísica.


 

(isto deverá continuar, apesar de eu não conseguir responder às questões que queria colocar).

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Comentários sobre o evolucionismo as presunções de sageza e outras merdas que se escaparam das minhas mãos.

Começou aqui, e deixei este comentário:

Não querendo entrar em discussões que não levam a mais lado nenhum que não ao insulto. (Popper no "mito do contexto" disse qualquer coisa do tipo: quando a discussão envolve crenças é muito difícil de fazer, a malta acaba frequentemente a discutir e não se chega a lado nenhum mas quando se consegue discutir civilizadamente apesar de as diferenças se manterem o diálogo torna-se enriquecedor).

Um senhor bispo de Cusa de seu nome Nicolau (não, não é o Pai Natal!) disse algures isto: "A essência das coisas que é a verdade dos entes é impossível de atingir na sua pureza; todos os filósofos a procuraram, nenhum a encontrou tal como é; e quanto mais profundamente estivermos cientes desta ignorância mais nos aproximaremos da verdade em sim mesma." (Ele diz porquê na "Douta Ignorância").

John Stuart Mill defende o "principio do dano" com a constatação de que todos somos falíveis.

Esta máxima é aceite mas esquecida principalmente quando as discussões chegam ao tom a que esta chegou...

Toda a gente conhece a hipocrisia da Igreja, não é preciso estar a recordar aquilo que se diz o Rodrigo e a Lucrécia andaram a fazer...Normalmente quando o fazemos estamos a ser mais hipócritas... (A História serve, principalmente, para nos explicar realidades compreensivas deixem lá os mortos e guardem-nos para outro contexto onde realmente chamem por eles)… Eu, pessoalmente não sei se o fizeram, nem aonde. Não estava lá para ver e cada um escreve e inventa o que quer... (não com isto não estou a dizer que o senhor, de alcunha Alexandre VI (salvo erro) era um homem às direitas, por acaso julgo conhecer relativamente bem a história do senhor e sei que o não era, como de resto muita maltinha ao longo dos tempos).

A macumba é o Credo (em Latim) "creio em deus pai omnipotente,criador do céu e da terra,e em jesus Cristo...

Tenham juízo e alguma humildade, ou seja aquilo o que me faltou a mim nestas frases :)

Por fim, o tema principal:

Sim, creio no evolucionismo e acho que deviam saber que há muitos filósofos e teólogos católicos que defendem, desde há muito tempo (tipo desde o inicio da Igreja, os Judeus ao que parece não questionavam muito isso), que o Génesis é uma fábula para explicar o inicio do mundo e não uma "lei cientifica".Truyol y Serra (v. g.), senhor que julgo católico, em 1960 escreveu (na RFDL) que o Mito da criação do Homem no Génesis nos vem dizer que somos todos Irmãos. (Ups… Só via agora o óptimo post do "farmácia central"…) Em Deus, como diria Unamuno, a minha ânsia de imortalidade aproxima-me dele mas a minha razão afasta-me, não sei se acredito mas quando morrer digo.

Pensamentos sobre o mercado laboral

Ou: discorrendo sobre presumíveis candidatos às autárquicas

Depois de uma conversa sobre estágios e sobre as melhores posições para conseguir um bom emprego (em que chegámos à conclusão que a melhor posição de todas é de joelhos… por causa da humildade… :) Pus-me a pensar:

Há um primeiro devaneio (que dificilmente concretizarei) para conciliar com a advocacia.

Caso não consiga pelo menos o segundo, sempre haverá a consultadoria.

Se isto também não me der para ganhar a vida com as leis sempre poderei tentar o CEJ…

Caso não consiga nada disto… posso iniciar um estágio junto de câmaras municipais no sentido de aprender com os melhores para nas próximas eleições autárquicas poder trabalhar como presidente de câmara corrupto. Contudo tenho que acertar a escolha uma vez que não poso competir com os meus mestres qual quaestio medieval. Não posso, por isso, ir para Oeiras, nem para Felgueiras, Marco de Canaveses… porém, posso estagiar nestes lugares e tentar v. g. Gondomar que lá a malta já está habituada e sabendo de onde eu vim e tendo em conta as suspeitas que recairão sobre mim com certeza que serei eleito.

sábado, 6 de setembro de 2008

Os melhores conselhos que alguém podia dar

Para quem não sabe quem é o Bruno Aleixo (devo ser o único) alguns vídeos eu vos deixo.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O MAIOR INIMIGO DA LIBERDADE

Coisas que eu gostaria de conseguir escrever. Aqui vai a cópia de um artigo do professor João César das Neves publicado AQUI.


"Existe uma verdade simples que só se pode aprender através do sofrimento: na guerra não são as vitórias que são abençoadas, mas as derrotas. Os governos precisam de vitórias e o povo precisa de derrotas. A vitória gera o desejo de mais vitórias. Mas depois de uma derrota é liberdade que os homens desejam - e normalmente atingem" (Soljenitsyne, A., The Gulag Archipelago, Collins/Fontana, 1973, parte I, cap. 6; vol. I, pág. 272).

Alexander Soljenitsyne, falecido no passado dia 3, ficou célebre pela sua denúncia da sangrenta repressão estalinista. Mas ele pretendia ser muito mais que isso: a sua atitude era de um sábio russo, na linha de Tolstoi ou Turgueniev. O Ocidente, que o exaltou pela tarefa de delator, nunca o admitiu como oráculo. Até porque ele dizia coisas estranhas e incómodas. Como estas.

A paradoxal citação afirma uma variante de uma das ideias mais antigas e hoje mais ignoradas: o maior inimigo da liberdade é o conforto. O capitalismo não aceita isto. A sociedade de consumo vive na ilusão de que só pode perder a sua autonomia por um ataque de opressores externos. Mas o principal perigo para a liberdade, aquele que já nos afecta, está dentro, não fora.

Que tem isto a ver com a nossa vida? Onde estão os riscos para a nossa democracia? Uma breve inspecção dos jornais das últimas semanas mostra títulos como: "Ana Jorge defende legislação para aumentar segurança das piscinas" (Sol, 30 de Julho), "Varandas sem regras de segurança para miúdos" (DN, 10 de Agosto), "JSD quer regulamentação para as actividades de observação dos cetáceos" (Jornal da Madeira, 11 de Agosto), "Bicicletas circulam sem regras" (Sol, 15 de Agosto). Temos a vida legislada até ao mais ínfimo detalhe, mas a nossa elite clama continuamente por regras e limites. Políticos, jornalistas e comentadores exigem sempre mais.

A finalidade dos que impõem essas restrições é fácil de entender. Pretende-se evitar terríveis tragédias que nos assolam todos os dias em casa, no lazer, trânsito, turismo. O nosso tempo reage à tragédia publicando leis. Será que esses papéis são eficazes? Só marginalmente, porque a tragédia tem tido ao longo dos séculos a capacidade de sempre nos afligir. Mas o real propósito da lei não é resolver os problemas, mas mostrar a preocupação dos responsáveis e eximi-los da responsabilidade. Entretanto prospera uma pequena indústria de fiscais, aparelhos, acessórios, notificações, multas. Quando acontece a tragédia, o regulamento não só não funciona mas acrescenta uma coima.

O propósito do legislador é excelente. Todas as leis, decretos, portarias e regulamentos são para o nosso bem. Mas os que as propõem esquecem-se de que todos os ditadores sempre restringiram os povos para bem deles. Estaline, como Salazar, Chávez ou Mugabe só queriam o melhor para o seu povo. Foram aliás aclamados por isso. O problema não é se a ASAE, a Comissão Europeia ou a Direcção-Geral de Saúde são melhores tecnicamente que os ministérios nazis ou os comissários soviéticos. O problema nunca foi se os que nos tiram a liberdade têm razão ou não. O problema é que nos tiram a liberdade.

Que paralelo pode existir entre os horrores do gulag estalinista e as nossas portarias regulamentares? Não há nenhuma semelhança possível! Mas os que o dizem não notam que foi precisamente essa complacência que conduziu ao gulag. Naquele tempo também todos se julgavam seguros. Depois da revolução já não havia czares nem reis, portanto, a liberdade não corria perigos. Hoje não se vislumbram campos de concentração ou partidos soviéticos; podemos aceitar todas as restrições e limitações bem-intencionadas. O inimigo, que nunca ataca pelo mesmo lado, agora entra por aí.

Temos conforto e queremos mais conforto, e estamos dispostos a sacrificar a liberdade para o obter. Hoje Portugal sente-se em crise, não porque tenha sofrido uma derrota, mas porque as vitórias não acontecem com a rapidez exigida. Só perante um desastre veremos o real valor da liberdade. Porque só no sofrimento se aprende esta verdade simples."

Mapas Giros II

Encontrei-os aqui. O site onde se podem encontrar mais é este.

Mapas Giros I

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Que se foda mas hoje não cuido a linguagem

"Não digas palavrões: é feio." Feio?… feio sou eu! que mesmo quando bato no peito me vanglorio de ter batido no peito e quando cito me vanglorio de ter lido, num pedantismo nojento que causa náusea até ao filho… da mãe do diabo… e porque não filho da puta?…

…"porque é uma asneira, e isso é feio." Mas feia não é a mona lisa com um bigode pintado (e aqui vai o Duchamp et la madame qui "a chaud au cul"). Feio não é isto tudo por ser absurdo (mais um exemplo de um boi, UM BURRO, UM ANIMAL, - "animal não se predica de homem", diz o HOMEM no Organon, mas aplica-se em mim como metáfora - a tentar resumir um Schopenhauer).

Mas não serei eu o Feio que mesmo ao escrever esta merda está a pensar que é capaz e de repente ao ler quem sabe escrever deseja apagar tudo o que escreveu porque tais borrões nunca deveriam ser lidos?

Não sou feio depois de escrever esta porcaria e depois de dizer tudo isto quando carrego no botão publicar?

Feio, quando escrevo estas linhas e digo: "não serei feio mas ridículo, o mais ridículo dos príncipes", e nesta passagem tento fazer notar que já li umas coisas que Pessoa escreveu.

E que serei, se não ridículo, quando tento escrever sinceramente, numa sinceridade fingida tentando imitar aquele que jazeu, Luiz Pacheco, esse sim sincero, esse sim humano, que faz tremer e comove mesmo quando conta a merda que fez e aquilo que sofreu por causa disso?

Parece que ninguém escreveu tudo, eu é que só sei dizer, com fealdade, o que os outros já disseram.

Merda para mim, que até a confessar-me sou feio: "padre pequei, forniquei!... e o Padre não…" (ou pelo menos não se gaba aqui disso…)

Foda-se como sou feio…

Quem me disse…

…quando eu era pequeno, que esta merda era fodida, dizia a verdade.

Máximas e Reflexões (não são as de Goethe)

"Quanto mais adiante vou mais atrás me encontro"

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Filosofias...

O Immanuel Talhante publicou ontem a metafisica dos curtumes.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

É para a estatística

Tentando copiar a malta das vendas agressivas, em Portugal o governo faz compras agressivas.

Do Classmate PC

É só seguir as hiperligações. Há e também este.

NãoSeiQueTituloDarAIsto. DeTodoOModoTáUmaMerda.

O "Magalhães" pelos vistos é uma banhada… Por acaso estava a ficar lixado com a subsidiação em massa para a compra daquele PC. Agora fico mais descansado… Aquilo, ao que parece, é da Intel e não inovação nacional... (Quando o governo Português faz auto-publicidade desta maneira a interpretação mais económica é a que segue uma presunção de aldrabice).

Pensei que fosse anedota mas não. Que o Zé da esquina o diga no café ou num blogue, isso já é mau, mas uma Juíza num despacho

Para acabar, esta: o socialismo jardineiro.

Humor negro

"O gajo era tão seco e antipático que ficou todo esburacado e mesmo assim não se lhe viam humores"

quarta-feira, 30 de julho de 2008

A Náusea, O vómito, O LIXO

Ainda estou para saber quais é que são os interesses ignóbeis por detrás do não ao acordo ortográfico. (Se calhar são os dos livreiros que vão tirar uns extras com o acordo.)

Também queria saber que vantagens isto traz.

Por enquanto, enquanto ainda não sei, e podendo estar a cometer algum erro, como o que cometi por causa dos transgénicos (erro que quero corrigir), vou arriscar um postal mui zangado e mui catita.

Hoje pode ler-se isto na TIMES ONLINE: "Portugal's decision to adopt Brazilian Portuguese has been hastened by the rise of the internet". (O artigo continua.)

É ao ver merdas como o "acordo" que se me turvam os olhos e me começa a dar vontade de vomitar… A história, a cultura e a nossa identidade nacional cedem perante inúmeros mal amanhados argumentos… (Bem refutados aqui.)

Eu a pensar que era o estudo de uma língua e a respeitabilidade das instituições que o fazem que a "fortalece".

Adriano Moreira disse algures que ficar cá era um acto de amor e de coragem… pois eu digo: somos cada vez mais corajosos.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Eu até traduzia…

Se não tivesse deixado a gramática do António Freire em casa e estivesse ao pé do dicionário…

OK, não me apetece traduzir. Aqui fica um texto que me ajuda a sair da fossa:


 

"Fortune rota volvitur;

descendo minoratus;

alter in altum tollitur;

nimis exaltatus

rex sedet in vertice,

caveat ruinam,

nam sub axe legimus

Hecubam reginam."


 

in: Carmina Burana: Cantiones profanae cantoribus et choris cantandae comitantibus instrumentis atque imaginibus magicis

sexta-feira, 25 de julho de 2008

7 Horas…

…e um bebé a cagar-se duas vezes por hora dentro de um autocarro com dois putos a fazer barulho feitos estúpidos.

Mas é o recém-nascido que me intriga…

COMO É QUE ALGUÉM TÃO PEQUENO CONSEGUE CHEIRAR TÃO MAL?

Será o cheiro do Hades? Afinal de contas ainda têm dentro delas o pecado original…

domingo, 20 de julho de 2008

Top +

Na peugada do que melhor se faz por aí quanto à musica bunita, deixo-vos com esta:

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Aumento das vagas no ensino superior

"Como ele gostava muito de pessoas decidiu tirar um curso de antropofagia."

Ao contrário de Cristo

Hoje, na cantina, o pão estava pétreo!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Curioso

Porque é que quando um automobilista não deixa passar um peão na passadeira acena em jeito de agradecimento? (Não estou a falar dos casos em que o peão cede a prioridade ou começa a engonhar num "passo ou não passo").

Eu agradeço quando me fazem um favor, como de resto toda a gente menos esses gajos.

Para fazer favores há uma vontade daquele que faz o dito em levar a cabo uma determinada acção (livre arbítrio à parte). Ora no caso em apreço a proposta que o automobilista faz ao peão é esta:

- Oh chefe! Deixas-me passar ou queres ser atropelado?

A voluntariedade que resta aqui é pouca (ou nenhuma considerando que pode haver situações de sério perigo para a vida humana, partindo da posição que há coação físicana ameaça de morte). Por isso não acenem mas façam cara de desalmados. Já viram o que era se os assaltantes sorrissem para vítima a quem estão a roubar com uma arma apontada à cabeça e lhe agradecessem?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Empreendedorismo

O boom das notas dos exames nacionais vem auxiliar a criação do "espírito empreendedor". Se o empreendedorismo é qualquer coisa do tipo "find your own way" (como dizem alguns) então quanto mais perto os estudantes estiverem do analfabetismo melhor…

É deste escrito que me lembro quando se fala deste tema: Kant - Anuncio do programa de lições para o semestre de Inverno de 1755-1766. O Autor, mais honesto do que os nossos, depara-se com esta dificuldade: Como ensinar a pensar aqueles que não têm bases para o fazer sem influenciar o seu raciocínio e sem que os alunos sejam limitados na produção de raciocínios originais? E nota que ela é de dificílima resolução.

Alexandre o Grande foi discípulo de Aristóteles e como tal foi influenciado pelo mestre tal como o segundo houvera sido por Platão. Estas últimas frases podem não fazer muito sentido mas tinha este nó atravessado na garganta.

Sim sim, fruto do trabalho…

Nos exames nacionais houve cadeiras cuja média das notas subiu mais de 3 valores em relação ao ano passado… É do trabalho do ministério da educação, não da facilidade dos exames. O trabalho que só surte efeito este ano, como que de uma explosão se tratasse, e não ao longo do tempo. O trabalho ME é igual ao de um bombista, em vez de se verificar gradualmente o efeito de reformas que ainda não estão completamente implementadas, no ME são tão eficientes que se verifica num estoiro.

Depois há desemprego, potencializado com a maior mobilidade que Bolonha traz para algumas áreas.

Mas aí já são outros, há e viva a educação.

É triste…

ver que Lisboa, por estes dias, pareceu Roma.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Teorias sobre o resgate dos reféns das FARC

Cá para mim Ingrid Betancourt não foi resgatada pelo exército Colombiano mas sim libertada pelas FARC. A razão desta minha teoria é simples.

As FARC estão a ficar com menos pessoal e têm de mandar alguns representantes para o Avante (para aceitar o convite do PCP e apanhar uns pifos, ver umas gajas giras…). Por isso, e para evitar a rebelião dos cativos, soltaram a malta mais antiga que já estava a transmitir o know-how aprendido após muitos anos de cativeiro e tentativas de fuga aos mais novos.

O PCP só convida essa maltinha porque sabe disto e quer que sejam libertados todos os reféns. Ou duvidam das boas intenções dos "democratas" socialistas?

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Trocadilho que faltava

Aquela nova sagres é uma cerveja do barril. Quem se lembrou deste trocadilho tirou a ideia do baralho.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Olha! A bola tem penas.

E bico.

E esquinas.

Ah… é um frango quadrado!

O que uma pessoa aprende sobre Lisboa

Texto publicado na revista brasileira Turismo & Negócios:

"A capital de Portugal, Lisboa, é a porta de entrada para a Europa. A cidade está em ascensão turística. O idioma oficial é o português mas fala-se fluentemente o espanhol. É uma civilização marcada por diferentes costumes, de origem européia e africana. Sua arquitetura é essencialmente gótica. Banhada pelo Oceano Pacífico e tendo como principal o rio Tejo, Lisboa tem entre seus vultos históricos nomes importantes da história do Brasil, haja vista que já fomos colônia portuguesa. D. Pedro I e II, D.João VI e Dona Maria Leopoldina, entre outras, figuram em nomes de ruas, museus e demais patrimônios públicos. Lisboa é uma cidade plana, de velhos mas bem conservados casarios, clima tropical úmido, temperatura variável, fria no inverno e quente no verão, mas nada comparável ao calor brasileiro. Graças ao Estreito de Gibraltar, Portugal liga-se também ao Oceano Atlântico. O curioso é que 2/3 da capital portuguesa desapareceram após a II Guerra Mundial, mas o primeiro ministro de então, Marquês de Pombal, providenciou a recuperação das ruínas, com orientação de excelentes arquitetos, preservando a originalidade das construções."

Comentam isto aqui mas falam dele em inúmeros sítios como aqui, e aqui.

O moralista

"Era um homem com convicções morais mais rígidas do que kantaria".

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A pergunta lógica que se impõe

Será que o Coelho é um bom afrodisíaco?

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Paradoxos penitenciários (ou trocadilhos de m…)

Este indivíduo escapa amiúde vivendo num estado de permanen- te soltura.

domingo, 15 de junho de 2008

Mapas astrais

É por estas e por outras que eu nunca acreditei no Pessoa astrólogo. Só tenho dois dias de diferença em relação ao nascimento dele, que foi um génio, enquanto eu sou um burgesso. Confesso, quem tem razão é o Agostinho.

sábado, 14 de junho de 2008

J. S. Bach - Prelude

Falácias... "Não! Queremos uma Europa mais Social".

Com o Tratado de Lisboa vão ser resolvidos, principalmente, problemas institucionais que afectam a capacidade de decisão da União. Com o melhorar da capacidade de decidir a UE pode intervir mais na sociedade através de políticas Keynesianas. Quer-se uma Europa mais social sem lhe dar a possibilidade de o ser.

A actual estrutura institucional dificulta um reforço das competências derivadas da UE e o orçamento está limitado a 1,24% do RNB dos Estados membros nas dotações para pagamento e 1, 31 nas dotações para autorização. Com o actual modelo, o orçamento da união Europeia cobre apenas as despesas com o funcionamento da mesma. Para além disso vai-se consumindo nas despesas com o Fundo social Europeu, O FEOGA (orientação e garantia), a PAC… É notória a impossibilidade de o Orçamento da UE cumprir as funções de estabilização, afectação e redistribuição patentes nos orçamento nacionais (dos estados que adoptam, v. g. as ideias keynesianas ) que tornariam a Europa mais social.

Acresce a esta dificuldade orçamental o facto de, como já foi sobejamente referido, os mecanismos de decisão serem muito complicados. Há, por isso, normas que podem ser flexibilizadas e outras regras que deviam ser criadas para dar novos instrumentos de intervenção mas não o são.

Face às liberdades fundamentais instituídas no tratado de Roma a única via, ou pelo menos a mais simples, para realizar o projecto Europeu é através da integração negativa que dá origem a politicas não intervencionistas baseadas em obrigações de non facere (ou standstill). A flexibilização dos mecanismos de decisão faria com que a UE pudesse intervir mais, podendo a política de liberalização ser invertida reforçando essa tal Europa Social.

Perante isto não percebo o porquê do não. Apenas percebo que ele assenta numa falácia enorme, como nota o Prof. Vital Moreira aqui.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

É triste…

… ver pessoas contentes com o não Irlandês ao Tratado de Lisboa apenas porque o governo é a favor. Dá uma boa noção do irracionalismo reinante na nossa praça.

É difícil/impossível aprofundar a integração a 27 com mecanismos decisórios que foram criados para 6.

Os compromissos assumidos por nós no âmbito da UE impedem-nos de tomar medidas contra-cíclicas de tipo Keynesiano e a UE não tem competência, nem orçamento, para apoiar os Estados Membros.

A fiscalidade dentro do espaço europeu é um caos com prejuízo para os orçamentos dos estados e dos contribuintes honestos, beneficiando os que querem fugir aos impostos.

O reforço da integração pode trazer melhorias económicas.

Contudo, e apesar disto, muita gente, mesmo aqueles (por exemplo os mais liberais) que vêm muitas vantagens na UE, estão contentes porque Sócrates está triste…

Já agora. Qual é a legitimidade de um resultado num referendo, seja ele a favor ou contra o projecto Europeu, onde as pessoas não percebem naquilo que estão a votar? Não é isto formalismo?

No actual estado de integração, se queremos ultrapassar as crises económicas mais depressa é melhor aprofundar ou sair do projecto europeu.

Carlos Paredes - Verdes Anos

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Nervos

"Antes das provas? Claro que tenho medo. Pode mesmo dizer-se que fico em pânico. Esse pânico é tal que me faz pensar se não será melhor dedicar-me à pânificação"

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Inversão da pirâmide axiológica

Estava eu a ver algumas notícias na televisão sobre o lockout quando a pivô do telejornal interrompe uma reportagem com uma notícia importantíssima em primeira mão: "Scolari vai para o Chelsea."

Realmente há que estabelecer prioridades, crise/roubo vs futebol, é claro que o segundo é mais importante. A maior parte dos meus caros conterrâneos Portugueses só se vai preocupar com o lockout quando não houver combustível para ir até ao Marquês de Pombal (ou a outro sitio) mandar umas buzinadelas depois de um jogo ou quando se acabarem as "mines".

Vergonha!!!

Quando é que é declarado o estado de sitio? Parece que é preciso.

Parece que não há ninguém que pare a milícia absurda dos senhores camionistas… É ilegal e criminosa mas parece que já estamos tão preocupados com as eleições que até negociamos com terroristas. Sim, é melhor não correr o risco de merecer o apodo de "ditador" perto das eleições do que negociar com quer viver às custas de TODOS os portugueses. Violam reflexamente os nossos direitos, para além de cometerem crimes, e ainda querem, exigem, negociar (ou melhor, exigem ver satisfeitas as suas reivindicações) … Estão muito preocupados com a economia? Sim com a sua economia doméstica…

A forma como todo este processo está a ser conduzido pelo governo é patética. O Estado não serve apenas para pagar a arruaceiros indigentes, também serve para garantir o cumprimento dos direitos de quem quer viver honestamente. Eu que um dia quero ser um honesto cidadão trabalhador envergonho-me de ser concidadão destes mamões milicianos/terroristas.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Tax avoidance

"If all my taxes live in Texas I will move to Tennessee."

domingo, 8 de junho de 2008

Ah e tal, a igualdade e os discursos socialistas que quedaram no séc. XX

"Toca lá pagar porque também beneficias das externalidades…" Justo? Talvez. Vai um bocado contra o discurso "marxisticamente" correcto, mas esse discurso só serve para iludir o populusque. A ver se a CGTP apoia a ideia para eu poder escrever um postal maior.

A minha cultura cinematográfico-sucessória!

"Conheces aquele... o... "Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço."?"

"Sim até mais do que um, é frequente. Essas coisas acontecem quando a vocação não se concretiza…"

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Igreja satisfeita com o CPP

"…estamos satisfeitos com a lei e não gostávamos de a ver alterada" diz o padre António "a intervenção do Ministério Público em primeira linha e só depois a do Juiz fez com que aumentasse o número de Escutas, o que é sempre bom num tempo em que os jovens fogem de Deus…"

terça-feira, 3 de junho de 2008

Também um 0 em Direito da Família

P: Qual significado expressão " as situações jurídicas familiares são oponíveis erga omnes"?

R: Significa que entre marido e mulher não se mete a colher.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ciência em directo - Ainda sobre a reportagem da SIC.

Moita Flores deve ter ido às aulas de psiquiatria forense… Fez mais do que eu que só lá fui algumas 3 vezes. Contudo, a julgar pelo que disse, vai ter pior nota no exame do que eu.

A conclusão do raciocínio do senhor relativamente ao facto de haver bloggers solitários será esta: “queimar a obra de Santo Agostinho, de Nietzsche, Hemingway, Camilo… ah e de Schopenhauer homem solitário esse”.

O tom grave com que se fazem afirmações que se sabe à partida não serem correctas mete medo.

Já agora deixo este aviso:

Qualquer pessoa que tivesse sido aqui vilipendiada pode entrar em contacto comigo através do e-mail disponibilizado no blogue (está lá ao fundo é só correrem a roda do rato, nem têm de ler esta porcaria). Terei todo o gosto em dar as informações necessárias para que intente contra a minha pessoa a competente acção declarativa de condenação por responsabilidade civil pela violação de direitos de personalidade e para que se possa iniciar a perseguição penal, caso a ela haja lugar.

Aviso desde já que, para além de ninguém ler isto, todos os artigos escritos sobre alguém seguiram a jurisprudência e a doutrina dominantes em Portugal sobre a matéria. Sem mais

A Nação do regime

No nosso país, principalmente a partir do séc. XVI, na sequência de um normal movimento iniciado com a formação do Estado, tem havido, cada vez, mais um reforço da centralização. Esta centralização faz com que raramente se tenham vivido momentos em que alguém possa ser ou fazer algo com independência em relação aos poderes instalados.

Hoje em dia, por exemplo, as antigas empresas públicas de importante dimensão económica são comummente administradas por pessoas que de algum modo estiveram ligadas ao governo. Estas mesmas sociedades antes de serem nacionalizadas viviam, também, na sombra do governo. Por cá não temos só os administradores do regime, mas, como dizia à pouco tempo um grande Professor, também temos os humoristas do regime, os comunicadores do regime …


Este problema, verbi gratia no caso dos humoristas não é muito mau. Normalmente estas pessoas aliam ao facto de estarem na moda a originalidade e a qualidade daquilo que fazem. O que me preocupa é a notícia da moda e os jornalistas do regime. Quem não é publicado por aqueles "donos da verdade", de referência ou não, que publicam em papel ou através da radiodifusão, tem de se reduzir ao silêncio. Caso contrário será atacado pelos gazeteiros do regime ou se quiserem "da moda". Este escrito vem na sequência de uma maravilhosa reportagem que a SIC engendrou. Quem assistir àquela maravilhosa peça até se esquece da porcaria de jornalismo que, no geral, encontramos em Portugal. É verdade! Vê-se por vezes uma vontade de manipular e uma desonestidade que dão vómito. Vêm-se notícias tão imprecisas e tanto bitaite que muitas vezes aquilo que as separa da mentira é muito pouco. Criticou-se, na reportagem supra-citada, a calúnia feita através de blogues mas não se atentou numa outra diferença entre a calúnia do blogue e a que é feita pela televisão e pelos jornais. Os blogues são lidos, normalmente, por um público mais restrito e geralmente menos embrutecido do que aquele que vê televisão e lê jornais. Realmente é mais difícil saber quem escreveu uma calúnia num blogue mas é corrente, pelo menos nos casos mais mediáticos, os próprios bloggers levantam o seu anonimato quando são acusados. Quando a informação da moda é Ré por ter dito mentiras, proferido calúnias ou devassado "gratuitamente" a vida de alguém , nos jornais e telejornais, vitimiza-se e grita "aqui D'el Rei quem me acode" que estão a violar a liberdade de expressão. No entanto são eles próprios que matam essa liberdade ao incitarem a populaça a sancionar os blogues. Esta forma de sanção (a "sanção popular" ou "social") é, como já muito tempo notou John Stuart Mill e outros antes dele, a mais poderosa forma de sanção e estes meios de comunicação sabem que têm poder para a decretar.


A grande novidade, inaudita até, que a reportagem vem trazer é a de que a internet facilita a organização criminosa. Nunca ninguém tinha reparado nisso, assim como nunca ninguém reparou que a melhoria em geral dos meios de comunicação serve, não raras vezes, também para isso. A reportagem incita à pressão social para criar uma sociedade Orweliana onde um Big Brother de bigodes possa controlar e saber de todos os passos que são dados pelas pessoas… Para além dessa incitação, abre as portas à legitimação de quaisquer medidas legislativas nesse sentido... Não há nessa sociedade paternalista ou mesmo totalitária, aparentemente segura, uma violação de TODOS os direitos fundamentais?

Má utilização de conceitos

Já é a segunda vez que vejo, numa loja onde se compra roupa para "hippie esquerdista" (por sinal bastante mais cara do que certas lojas onde se compra roupa de "Barbie capitalista"), a seguinte frase:

"Pela liberdade de escolha diz não aos transgénicos!"

Que conceito é esse de liberdade de escolha onde não se encontra a existência de sucedâneos para escolher?


 

Este discurso, esquerdista, Marxista, Trotskista, tretista, pseudo-intelectual da tanga… ultrapassado e incoerente, dá uma certa náusea…

O pior é que não sabem fazer nada de útil e quando se juntam só dão prejuízo (estou a ser injusto, também fumam umas cenas daquelas que tipo e tal que fazem rir).

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Nome para uma qualquer série deprimente de canal privado

"Os meus conhecimentos de Família são uma (des)animação"

PS: e os de Sucessões também.

Mal agradecido (ou Das ideias que tenho no WC).

Agradeço ao Filósofo que me disse que eu sou um camelo, que deveria destruir tudo como o leão, para a seguir me transformar em criança.

Agradeço-lhe porque matou o Deus omnipresente e me deixou traçar o plano da minha vida, apesar de sujeita á replanificação por causa das suas vicissitudes.

Agradeço-lhe porque me livrou do medo do inferno e das suas penas, do padre e das almas do outro mundo.

Contudo deixou-me sozinho, sem um omnipresente confidente, e com pavor ao fim da vida.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

O que vem à cabeça de um homem:

Coisas que José Sócrates não pode fazer…

Cometer crimes específicos de engenheiro.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Será?

"…la philosophie n'est qu'une poësie sophistique."

Montaigne

"… a filosofia serve para encobrir o caos e criar o cosmos"

Ortega y Gasset

Se as coisas continuarem assim...


segunda-feira, 19 de maio de 2008

Caminhar para o nada

Demonstra-nos Aurélio Agostinho que o Passado não existe, é apenas memória, já acabou, o Presente não tem extensão e o Futuro não existe.

É esta a estrutura do tempo. Quem por cá vive terá de aspirar a mais do que isto, temos de aspirar a mais do que o tempo uma vez que o tempo conduz ao nada. Aspiremos ao espírito, aspiremos ao perfeito, ao eterno (que nós enquanto seres finitos não podemos compreender nem conhecer porque não temos, nem podemos encontrar, termo de comparação, assim o dizia Nicolau de Cusa).

Pois bem, se nos agarrarmos à ideia de eterno não caminhamos para o nada. E se mesmo acreditando Nele para o nada continuarmos a caminhar?

Deixem-no lá que ele enterra-se sozinho

Não percebo porque é que o bastonário da OA ataca a ignorância dos estudantes de Direito ou dos estagiários que tentam aceder à Ordem. Pelos vistos é ele que não percebe opções básicas de política criminal e de direito penal, como se demonstra aqui. Primeiro mostrou aos estagiários, aos estudantes de direito e aos advogados que carece de alguma sensibilidade e conhecimento. Agora o homem começa a mostrar ao resto da sociedade a massa de que é feito. Em lhe acabando de passar o momento mais populistazeco então é que vai ser…J

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Das causas

Sócrates só fumou no voo para Caracas porque se esqueceu do critério do pavilhão.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Quem fica contente com o “acordo” ?

Alguns miúdos do básico e do secundário é claro.

Senão vejamos:

"- A stôra vai deixar de nos dizer que ke se eskrevem com q e c porque o K já faz parte do nosso decionário."

"- Pá tipo, inda tenho esperança pá, que, tipo, a palavra isso se passe a escrever, tipo num futuro acordo, tipo, ixo. É que dá bué da trabalho escrever com dois s."

Parece-me mal

Já há muito tempo que queria escrever isto:

Mas que raio de ideia é essa de querer uniformizar por decreto a escrita de uma língua.

Que porcaria é essa de eu agora ir ter de ler autores como se os livros tivessem sido escritos por brasileiros que não sabem escrever ou portugueses que fugiram à escola primária.

Expliquem-me:

A língua e a maneira de a escrever não é fruto de uma evolução histórica?

Não é ela compreensiva?

E agora? Vão cristalizar a forma de escrever?

Têm sido escritos óptimos textos contra esse "acordo" aqui. É só procurar.

A quem compete o quê?

Será a ASAE que vai fiscalizar a aplicação do novo "Acordo Ortográfico".

terça-feira, 13 de maio de 2008

Quero um destes no Natal

Berlim, 13 Maio (Lusa) - O Centro Alemão de Aeronáutica e do Espaço colocou hoje em funcionamento o computador mais rápido da Europa, que está ligado a um sistema de simulação aérea e é capaz de realizar 46,6 bilhões de operações por segundo.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Um 0 a Sucessões: o Céu é o limite

Para um bom desempenho a Direito das Sucessões dá jeito um GPS para descobrir o mapa da partilha.


Se bem que o Google Hearth desenrasca.

domingo, 11 de maio de 2008

Um 0 a sucessões

Da colação

Andam hoje muitos "futuros" juristas atormentados por não perceber o modo de funcionamento da colação.

Aqui vai uma explicação sucinta que vai fazer toda a gente compreender tudo sobre esta matéria:

A colação é quando uma pessoa deixa cair, por exemplo, um prato e ele se parte.

Quando pega nos cacos e se juntam com cola está-se a fazer a colação…

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Homo homini lupus

Penso que terá sido Ludwig Feuerbach (tenho de confirmar) que terá dito que o sistema de Adam Smith era mais perfeito que todos os sistemas uma vez que não pretendia mudar o homem mas usava todas as suas imperfeições para o tornar mais perfeito.

Em teoria, e seguindo o raciocínio do inglês mas indo para além dele, se todos formos leais, verdadeiros… Podemos confiar uns nos outros e reduzir custos (custos de busca por exemplo, podemos reduzir custos na contratação, reduzir custos resultantes das assimetrias de informação. É necessária, por exemplo, a prestação de informações verdadeiras sob pena do aumento do risco nas relações contratuais que levará (ceteris paribus) ao aumento dos custos associados à tomada de uma decisão (aumento do custo dos serviços e do juro por causa de fenómenos como a selecção adversa e o risco moral ou Moral Hazard)). Temos todos a ganhar se formos "boas pessoas" e se formos "racionais" vamos sê-lo. (Também sei que a ideia de perfeita racionalidade do homo economicus é historicamente datada).
Na prática, porém, cada vez mais é necessário punir para que as pessoas se ajudem umas às outras. A emulação decorrente da concorrência torna-nos maus de modo a querermos ganhar a qualquer custo. Esquecemos o significado da palavra solidariedade. Só um tolo com pouca ambição terrena ou um génio que não se sinta ameaçado pela concorrência (há mais pessoas mas dá para entender a ideia) é que pensa naquilo a que Lévinas dá o nome de responsabilidade pelo outro. A concorrência faz com que nos devoremos uns aos outros, mas também perece ser uma das fontes do progresso tão rápido do mundo de hoje. Esperemos que esta aceleração não seja, como dizia Baptista Machado, igual à do resvalar da água para o abismo.

Why must we kill our own kind?

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Das descobertas “(r)evolucionárias”, da “meta-abdução” e do saber especializado.

ou constatações de outros que me fazem inchar mas não trazem nada de novo...

É verdade que um Homem não sabe e nem pode, com o seu saber, abarcar todas as matérias.

Não é mentira que, por causa disso, os homens se especializem num ramo de investigação.

Por isso cada um se apoia na investigação de outro (de outro ramo do saber) para prosseguir a sua busca.

Cada um está condicionado, por isso, à condensação e explicação das matérias feitas por outros (Huxley…).

Somos "imbecis" na medida em que precisamos de um apoio para sustentar as nossas acções e teorizações naquelas que outros fizeram (Savater).

As grandes revoluções baseiam-se num raciocínio de meta-abdução (Eco).

Como ninguém consegue abarcar todas as áreas do saber, as "revoluções" vão-se tornando sectoriais. E mesmo nos sectores em que ocorrem aqueles que as conseguem levar a cabo baseiam-se nas investigações de outros.

(…)

Será que os juristas não se preocupam demasiado em "descodificar" os actos normativos e se esquecem de filosofar?

Será que nos "ficamos demasiado pela rama" (Fernanda Palma) e não somos amigos da sabedoria (António Hespanha)?

Teremos sequer tempo para o fazer?

E quando o fizermos, será que ainda vamos a tempo? (Há-os que se calhar vão mas eu sou um caracol).


segunda-feira, 28 de abril de 2008


A râ em cima da caveira em Salamanca.

Eu vi-a, já há muito tempo, portanto, e a acreditar nos Espanhois, não devo temer...

Porque elas estão aí e eu já estou a ver a vidita a andar para trás!



Gregorio Allegri, Miserere (salmo 51).