terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Se quando for grande...
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Discurso sobre o filho da puta
é sempre
um pequeno filho-da-puta;
mas não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza
diz o pequeno filho-da-puta
no entanto, há
filhos-da-puta
que nascem grandes
e
filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o pequeno filho-da-puta.
o pequeno
filho-da-puta
tem uma pequena
visão das coisas
e
mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno filho-da-puta
no entanto,
o pequeno filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o pequeno filho-da-puta
todos
os grandes filhos-da-puta
são reproduções em
ponto pequeno
do pequeno filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
dentro do
pequeno filho-da-puta
estão em idéia
todos os
grandes filhos-da-puta
diz o pequeno filho-da-puta.
tudo o que é mau
para o pequeno
é mau
para o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o pequeno filho-da-puta.
é o pequeno
filho-da-puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
o pequeno filho-da-puta vê
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:
o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja, o pequeno filho-da-puta."
domingo, 28 de dezembro de 2008
Alea icta est
Todos nós evocamos a atitude de César ao atravessar o Rubicão confiando-se à fortuna e ás suas capacidades. Lembramo-lo frequentemente quando caminhamos para um futuro relativamente incerto. Nos momentos em que estamos conscientes de que o passo que vamos dar é decisivo nas nossas vidas!
A sorte ou "os dados" foram lançados quando nascemos mas é nos momentos em que as apostas sobem que temos a consciência que estamos a jogar a sério. É nessas alturas que sentimos o rodar da roda que a canção de Beuern tão bem descreve.
No meio disto vamos pensando como o "sábio" Pangloss: "Todos os acontecimentos estão encadeados e tudo vai bem no melhor dos mundos". Se calhar é verdade mas, como responde Cândido: " (…) é preciso cultivar a nossa quintinha".
sábado, 27 de dezembro de 2008
Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra
With a red hot chilli papper
Filling inside
Life! Are you ready
You’ll be a butterfly in the ultimat fight
Life treats you gently like
Virgin Mary
But then strikes back
Like Chriss Eubank
Life
It is full of surprise
Crossroad to hell
or papadise
But little did I know
Mr. Preacher man
What real life could do
And shit could hit the fan
Life is beyond peace and war
Destiny and God
I remember that time
When Life was a miracle
As if Zidane played for Liverpool
Life is a buisness
Risky and confused
God gave you a deal
That you cannot refuse
Life is a Terrorism
Globalisam Optimism
Give peace a chance
Give war romance
But little did I know
Mr. Preacher man
What real life could do
And shit could hit the fan
Life is beyond peace and war
Destiny and God
I remember that time
When Life was a miracle
And pigs might fly that was credible
But little did I know
Mr. Preacher man
What real life could do
And shit could hit the fan
Life is beyond peace and war
Destiny and God
I remember that time
When Life was a miracle
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Natus est...
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Feliz Natal
É só para desejar um bom Natal, com aquilo que vós quiserdes (dentro do legalmente possível)...
Especialmente para Aqueles que de forma Hercúlea me aturam ou aturaram ficam aqui os mui sinceros votos de um Feliz Natal e de que os 365 dias a seguir sejam melhores do que esse.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
sábado, 20 de dezembro de 2008
De volta ao "Reino Maravilhoso"
(Foto retirada daqui).
Composição
Da Prova
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Nem tudo o que se afigura claro aos nossos olhos é (ou: eu a ler um conto para crianças).
"No more than in any other city", replied Oz; "but when you wear green spectacles, why of course everything you see looks green to you."
In: L. Frank Baum’s The Wonderful Wizard of Oz
domingo, 14 de dezembro de 2008
As coisas que se aprendem (trânsito ou expedição; marítimo)
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Aqui está uma coisa ...
"No can do this!
No can do that!
What the hell can you do, my friend?
In this place that you call your town "
Um Grande Mestre...
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Que foi feito da tua fé?
Se calhar, em tempos idos, ainda não tinha atingido o estágio das operações formais de que Piaget falava. Se calhar ainda não tinha percebido o porquê de perguntar porquê.
Contudo já havia certos aspectos da religião que me eram estranhos. Já me fazia confusão, verbi gratia, a interpretação de certos actos litúrgicos e o porquê da evolução dessa interpretação. Afinal era um símbolo ou havia mesmo transubstanciação das espécies no Corpo e Sangue de Cristo?
Porquê água e não vodka? Nunca percebi qual a fixação na forma e um certo abandono do material, do que realmente importa. Afinal de contas não são as escrituras um verdadeiro “imperativo categórico” na acepção kantiana do termo?
A hipocrisia também me perturbava mas o meu problema sempre foi mais abstracto e, talvez, mais profundo. Com a caça aos cheques a minha fé podia bem.
Se calhar, o mais certo, é que eu, naquele tempo, estava mais preocupado em não ser apanhado a sair à noite sem autorização ou a ver cassetes VHS gravadas com conteúdos da Playboy TV. E em destruir as ditas cassetes, de modo a que, perante o tribunal reitoral, fosse palavra contra palavra e a presunção de inocência imperasse.Devo ter-me esquecido que Naquele Lugar o auto de notícia (que nunca foi elaborado) decorrente do flagrante delito tinha mais valor do que no processo penal. (Se quem me fez a pergunta ler isto vai, com certeza, recordar o episódio:)).
Talvez sempre tivesse sabido que “não queria ir por aí”!
Se calhar ainda não li os autores certos ou, se os li, eles ainda não me convenceram. Não digo que não goste de ler Autores católicos como v. g. São Tomás e Santo Agostinho, já que falamos disso, gosto muito do segundo. Quando Aurélio Agostinho fala do tempo e o porquê de devermos seguir a palavra de Deus fá-lo com uma clareza na argumentação que fez com que eu já tivesse lido as “Confissões” e o “Diálogo sobre o livre arbítrio” umas 7 vezes. Mas Ele claudica pela base.
A metafísica e os grandes sistemas filosóficos estão, infelizmente, em declínio. Após os argumentos de Hume, Kant, Nietzsche e Heidegger a crença em algo imutável é, para mim, um pouco difícil. Depois de Nicolau de Cusa e Popper a coisa ficou mesmo impossível. Já não me lembro de quem me aproximou, mas foi sol de pouca dura. Se calhar também foi a esperança na possibilidade da originalidade que me faz ler os clássicos.
E eu que me recuso a ser um cristão herói à semelhança de Unamuno (se bem que por vezes até seja)!
Se calhar já não temos o vigor e a veemência que caracteriza os fundadores. Se calhar ainda bem, esse vigor é, não raras vezes, criador de mártires e, pior, de homicidas.
Qualquer dia tento Karl Rahner, a ver se me convence.
Até lá continuo desnorteado (num bom sentido, de quem não conhece a "verdade" nem pensa vir a conhecê-"la", porque o finito, como escreveu o Bispo de Cusa, não pode conhecer o infinito por serem diferentes), relativista e liberal no sentido milliano do conceito.
Obrigado pela pergunta.
Eu...
Que profissão quer seguir o Bruninho? Será que quer ser jurista? Com a Universidade lá perto não seria para admirar... ou seria?
A propósito, adicionei o "Canal CENA" e o "Programa do Aleixo" ás leituras.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Gogol Bordello II
"Forces Of Victory"
My dear good friend
Let's not forget
That we can take down Pinotchet
Against us any gang of four
Will be on the floor
When I was younger I thought
Someday that we will win
And in another country
I will find my twin
Spread good music and good poetry
Joining forces of the victory
Down in the hallways of unknown
Where we walk alone
Inside of hospitals and morgue
Clinical loneliness backs off...
If you'll remember those before
and the ones that yet to come
then above suffer of it all
Triumphs the union of souls
With only one thing on its mind
I can't go on, I will go on!
With only one thing on it's mind
I can't go on I will go on
I can't go on I will go on...
domingo, 7 de dezembro de 2008
Frete...
Nietzsche...
sábado, 6 de dezembro de 2008
Gogol Bordello
A minha mais recente descoberta. Apesar de gostar mais deste vídeo, este "Ultimate" vem mais a calhar para agora...
If we are here not to do
What you and I wanna do
And go forever crazy with it
Why the hell are we even here?
[chorus]
There was never any good old days
They are today, they are tomorrow
It's a stupid thing we say
Cursing tomorrow with sorrow
When we stand here in a row
Looking like a bunch of heroes
I know that-a deep inside
Nothing more but bunch of zeros
Skolko utetchki tepla
Vot takaja vot subda
Nam segodnja suzdena
A bti mezget chto kogda da-j povezet!
[chorus]
Steppin' on the trail of Ultimate
I would never choose to die
So give me the rest of all the secrets
Give me new culture of life
Ultimate!
Ultimate!
Ultimate!
Ultimate!
Deus e o Direito III
Também não nos velem as teorias que fundam o Direito não em Deus (Deus, para além do problema da sua existência, não pode fundamentar o direito num estado laico) ou num Direito Natural mas numa espécie de media via, num tertium genus, que seriam a história e a cultura (A. Kaufman) porque estas não contêm qualquer valor normativo, são apenas ser (Castanheira Neves). Em última análise podem ser modificadas no futuro como almejava Marx.
Mas será que a história e a cultura não têm uma palavra a dizer sobre os fundamentos do Direito? Elas condicionam necessariamente o agir humano e o seu pensar (v. g. através do hábito e não tanto como do costume). Para além disso é a elas que o homem vai buscar um certo cosmos (para referir a expressão de Ortega y Gasset se bem que descontextualizada), qualquer ideia que contrarie o sentimento geral não é, normalmente, aceite. Este sentimento geral também é normativo.
No entanto não pode ser princípio primeiro para o direito… tem de ser matizado principalmente pelo princípio da liberdade, principalmente num tempo e num lugar em que o estado em nome da segurança e o bem-estar nos quer ditar todos os passos e os jornais, em nome do produto que vendem, deformam essa consciência e a embrutecem.
Bem, depois daquilo que disse, eu sei que também é difícil de fundamentar porque é que a “vontade do povo” está embrutecida…
Se…
Se as pessoas acreditam que cães não falam e também não percebem (excepto poucas coisas talvez), então porque é que estes gajos estão aqui fora à 25 minutos (bem contados) com este paleio…
Se estiver escrito em "portunhol" a culpa é minha porque não sei copiar
Há quem fique taciturno com coisas mais palpáveis…
O Herói Mártir apenas espera a morte! Nada mais há na sua actuação e no seu querer estar ocupado que não seja a tentativa de fuga ao sentimento trágico da vida. Este é o sentimento do Homem que tem a noção de que segue inexoravelmente o caminho para uma morte definitiva, sem Céu nem Inferno.
A Filosofia Moderna e a Ciência podem não nos ter trazido a verdade (aliás até no-la negaram) mas trouxeram-nos o Caos…
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Enquanto acabo de fazer uns trabalhos, de ler o Ortega...
Isto:
E isto:
(A segunda parte)