segunda-feira, 21 de abril de 2008

Tudo que faço ou medito

Fica sempre na metade,

Querendo, quero o infinito.

Fazendo, nada é verdade.


 

Que nojo de mim me fica

Ao olhar para o que faço!

Minha alma é lúcida e rica,

E eu sou um mar de sargaço -


 

Um mar onde bóiam lentos

Fragmentos de um mar de além...

Vontades ou pensamentos?

Não o sei e sei-o bem.

Fernando Pessoa

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