sexta-feira, 2 de maio de 2008

Das descobertas “(r)evolucionárias”, da “meta-abdução” e do saber especializado.

ou constatações de outros que me fazem inchar mas não trazem nada de novo...

É verdade que um Homem não sabe e nem pode, com o seu saber, abarcar todas as matérias.

Não é mentira que, por causa disso, os homens se especializem num ramo de investigação.

Por isso cada um se apoia na investigação de outro (de outro ramo do saber) para prosseguir a sua busca.

Cada um está condicionado, por isso, à condensação e explicação das matérias feitas por outros (Huxley…).

Somos "imbecis" na medida em que precisamos de um apoio para sustentar as nossas acções e teorizações naquelas que outros fizeram (Savater).

As grandes revoluções baseiam-se num raciocínio de meta-abdução (Eco).

Como ninguém consegue abarcar todas as áreas do saber, as "revoluções" vão-se tornando sectoriais. E mesmo nos sectores em que ocorrem aqueles que as conseguem levar a cabo baseiam-se nas investigações de outros.

(…)

Será que os juristas não se preocupam demasiado em "descodificar" os actos normativos e se esquecem de filosofar?

Será que nos "ficamos demasiado pela rama" (Fernanda Palma) e não somos amigos da sabedoria (António Hespanha)?

Teremos sequer tempo para o fazer?

E quando o fizermos, será que ainda vamos a tempo? (Há-os que se calhar vão mas eu sou um caracol).


2 comentários:

Лев Давидович disse...

Invariavelmente, não. Não às tuas perguntas.
- A missão do jurista é, precisamente, descodificar actos normativos;
- Não ficamos pela rama, pelo contrário: derivado da capacidade de descodificação, utilizá-la a nosso bel-prazer é superar qualquer rama e ficar supra qualquel restia de sabedoria;
- Nunca passaremos disto, daqui, porque esta é a essencia de um jurista.

J.M.P.O disse...

Ao contrário de ti. Acho que temos de fugir a uma lógica de descodificação de um discurso de exclusão hermético e pré-enunciado. Temos de filosofar mais, procurar as raízes, tentar saber “tudo” para podermos ser mais justos. Temos de encontrar o fundo das questões e pesar menos os argumentos formais, largar algum lastro, tentar encontrar a verdade para lá das formas, estas só servem para arrumar a matéria. Só assim conseguimos evoluir. Eu não quero ser como este senhor(http://mp3.rtp.pt/mp3/wavrss/at3/184205_24175-0803271131.mp3). (Só o serei se não tiver nada para comer ou se na minha lentidão me encontrar sempre ultrapassado, caso em que terei de me resignar:)). Caramba a falar assim até parece que sou jurista.lol