quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

"(…)Rerum honestarum pretium in ipsis est.
O prémio das acções honradas, elas o têm em si, e o levam logo consigo; nem tarda, nem espera requerimentos, nem depende de outrem: são satisfação de si mesmas. No dia em que as fizestes, vos satisfizestes. E se fora de vós mesmo esperáveis outro prémio, contentai-vos com o da opinião, e da honra. Se vossos serviços são mal premiados, baste-vos saber que são bem conhecidos. Este prémio mental assentado no juízo das gentes, ninguém vo-lo pode tirar, nem deminuir. Que importa que subais mal consultado dos ministros, se estais bem julgado da fama? Que importa que saísseis escusado do tribunal, se o tribunal fica acusado? Passai pela chancelaria este despacho, deixai-o por brasão a vossos decendentes, e sereis duas vezes glorioso. Só vos dou licença que vos arrependais de ter pretendido. Pouco fez, ou baxamente avalia suas acções quem cuida que lhas podiam pagar os homens. Se servistes à pátria, que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis, ela o que costuma. (…)"

(Pe. António Vieira, SJ, Sermões, t. I, 5, § III, pp. 172-173.)

Quando um Homem como Vieira escreve este texto, que pode ser entendido como refrigério, dele e de outros, pelas desconsiderações que sofreu na sua terra. E quando, nos dias de hoje, encontramos motivos para textos semelhantes. Penso que podemos dizer: Oh, que Puta de pátria é esta, que não aprende com os seus erros?

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