terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Argumentos que caem pela base



Muita gente não se importa com o fecho da Linha do Tua porque ela é insegura. É um argumento falaz e digo-vos porquê.


O problema da insegurança da linha só se pôs há muito pouco tempo. Não nos esqueçamos que a linha tinha 100 anos quando se deu o primeiro acidente grave. O problema principal é a falta de manutenção e o abandono a que a linha foi votada. Ali ao lado estão fotos da via. Não é preciso mais do que aquelas imagens para perceber o problema. (Aqui também está um texto giro sobre os acidentes).


A linha não dá, de facto, muitos postos de trabalho conforme disse há pouco tempo a Secretária de Estado dos Transportes, mas, a barragem também não dará após (e mesmo durante) a sua construção. Já noutros tempos o fim da ferrovia e do transporte de mercadorias significou, nesta zona, o fim de muitas indústrias que dependiam do comboio para colocar as suas mercadorias noutros pontos do País.


Directamente, esta linha cria receitas ligadas ao turismo. No verão, apesar da difícil acessibilidade e do abandono, os comboios andavam cheios, com pessoas em pé, para passear pela zona. A linha é conhecida internacionalmente pela sua beleza. Esta Zona pertence à zona demarcada do Douro Vinhateiro (UNESCO). É uma região para aproveitar e melhorar, não para destruir.


Mais, haverá prejuízo na mobilidade das pessoas das áreas directamente afectadas. Os autocarros de substituição são sempre muito bons até passarem seis meses e começarem a mudar os horários com o primeiro autocarro a sair às 6:00 da manhã e o segundo a chegar as 19:00 ou depois! Passado pouco tempo alegam-se prejuízos (pudera!) e acaba-se ali o "transporte de substituição".


Muito honestamente, penso que é um roubo que se pratica contra esta gente. Não tardará muito que o interior de Trás-os-Montes seja pouco mais que Bragança, Vinhais (?), Chaves, Macedo de Cavaleiros, Vilariça, Palaçoulo e Miranda do Douro (e algumas, poucas, cidades e aldeias mais). A cultura que existe é uma cultura de emigração e disso sou eu vivo exemplo. É pena que uma região com tantas virtualidades seja esquecida. Aumentam-se as assimetrias, as indústrias fixam-se com dificuldade…


Quando se tornar num deserto não será necessário gastar dinheiro em campanhas eleitorais nessa zona, uma vantagem óbvia!

As imagens têm sido roubadas de sites e blogues…

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